terça-feira, 30 de julho de 2013

Lua cheia afecta a qualidade do sono


Investigadores suíços demonstraram que os ciclos lunares e a qualidade do sono estão associados. O estudo publicado na “Current Biology” sugere que apesar das comodidades da vida moderna os seres humanos respondem ao ritmo geofísico da lua.
“O ciclo lunar parece influenciar o sono, mesmo quando não vemos a lua ou não estamos informados sobre a sua actual fase”, revelou, em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Christian Cajochen.
Para o estudo, os investigadores da Universidade da Basileia, na Suíça, contaram com a participação de 33 indivíduos provenientes de dois grupos etários. Os participantes foram convidados a dormir num ambiente laboratorial, período durante o qual foram monitorizados os seus padrões de cerebrais, movimentos oculares e hormonas segregadas.
Nem os técnicos que estavam a fazer os exames, nem os participantes tinham conhecimento que os autores do estudo estavam a analisar o efeito do ciclo lunar nos seus padrões de sono. O estudo apurou que a qualidade de sono dos participantes durante a lua cheia foi afetada. Estes resultados refletiram medidas subjetivas, ou seja, informações dadas pelos participantes bem como medidas objetivas.
Os investigadores verificaram, especificamente, que a lua cheia diminuía a atividade cerebral em cerca de 30%. Os participantes demoravam, em média, mais cinco minutos a adormecer e dormiam menos 20 minutos durante esta fase da lua. O estudo também demonstrou que os níveis de uma proteína envolvida na regulação do ciclo de sono e vigília, a melatonina, estavam também mais baixos na lua cheia.
"Esta é a primeira evidência fiável de que o ritmo lunar pode modular a estrutura do sono dos seres humanos”, revelaram os autores do estudo.
De acordo com Christian Cajochen, a resposta à fase da lua observada, a qual foi denominada por “ritmo circalunar”, pode ser uma relíquia de tempos antigos, quando o comportamento humano era mais fortemente influenciado pela lua.
O estudo refere ainda que a influência que o efeito da lua é atualmente mascarado pela influência da luz elétrica e outros aspetos da vida moderna. Na opinião dos investigadores seria interessante analisar cuidadosamente a localização anatómica do relógio circalunar, bem como as suas bases moleculares e neuronais. Poderia até e conclui que a lua afeta outros aspetos do comportamento, bem como o desempenho cognitivo e o humor.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Arandos: como previnem as infeções urinárias?

Investigadores canadianos descobriram como os arandos previnem as infeções urinárias, dá conta um estudo publicado no “Canadian Journal of Microbiology”.
Alguns estudos têm sugerido que os arandos previnem as infeções bacterianas, pois impedem que as bactérias se agarrem às paredes do trato urinário, através dos fitoquímicos conhecidos por proantocianidinas. Contudo, ainda não são bem conhecidos quais os compostos dos arandos que alteram o comportamento bacteriano.
Neste estudo os investigadores da Universiadde de McGill, no Canadá, esclarecerem quais os mecanismos biológicos envolvidos na proteção conferida pelos arandos contras as infeções urinárias. Os resultados do estudo também sugerem que os derivados destes frutos poderiam ser utilizados na prevenção da colonização bacteriana em dispositivos médicos, nomeadamente nos cateteres.
O estudo apurou que o pó de arando foi capaz de inibir a capacidade do Proteus mirabilis, uma bactéria frequentemente envolvida nas infeções urinárias complicadas, de popular placas de agar e de se movimentar nelas. Foi também constatado que elevadas concentrações de pó de arando reduziam a produção de uma enzima, a urease, que contribui para a virulência das infeções.
Estes resultados vão de encontro aos previamente obtidos, pela mesma equipa de investigadores, mostrando que os constituintes dos arandos impedem a movimentação das bactérias envolvidas neste tipo de infeções. A análise do genoma da bactéria Escherichia coli uropatogénica indicou que a expressão do gene que codifica o filamento flagelar da bactéria estava diminuído na presença das proantocianidinas dos frutos.
Estes resultados são importantes dado que o movimento das bactérias é um mecanismo chave para a disseminação da infeção, uma vez que as bactérias “nadam” literalmente para se disseminar no trato urinário e escapar à resposta imune do hospedeiro.
Os resultados de um outro estudo, também liderado por Nathalie Tufenkji, sugerem que os derivados dos arandos podem impedir a disseminação de microrganismos em dispositivos médicos implantáveis como os cateteres, os quais estão frequentemente envolvidos nas infeções urinárias.

Frutos secos de casca rija diminuem o risco de cancro

O consumo de frutos secos de casca rija, particularmente de nozes, aumenta a longevidade, atesta um ensaio clínico de nutrição conduzido em Espanha e denominado PREDIMED.
Baseado numa amostra de 7.000 pessoas, com idades compreendidas entre os 55 e os 90 anos de idade, o estudo debruçou-se sobre o impacto da dieta mediterrânica sobre a saúde cardiovascular.
Os participantes no estudo foram submetidos a uma dieta mediterrânica com azeite extra virgem ou frutos secos de casca rija e comparados com um grupo que seguiu uma dieta de baixa gordura. Nas regiões mediterrânicas o consumo de frutos secos de casca rija é alto comparativamente ao de outros países europeus.
Os consumidores de frutos secos de casca rija eram também tendencialmente fisicamente mais ativos, não fumadores, apresentavam cinturas mais estreitas, e IMC mais baixos do que os não consumidores daquele tipo de alimentos. O consumo deste tipo de frutos estava também associado a uma melhor alimentação, já que essas pessoas normalmente privilegiam os legumes, o peixe e a fruta.
O estudo apurou que as pessoas que consumiam mais de três porções de frutos secos de casca rija por semana (uma porção equivale a cerca de 28 gramas) apresentavam um risco 55% menor de morte por doença cardiovascular e um risco 40% inferior de sucumbirem por doença oncológica.
Relativamente aos resultados do estudo, Jordi Salas-Salvad, da Universitat Rovira i Virgili, em Espanha, comentou que “não é exatamente clara a forma como os frutos secos de casca rija conseguem prevenir a mortalidade prematura, nem a razão pela qual as nozes são melhores que outros frutos secos de casca rija. As nozes possuem um conteúdo particularmente alto de ácido alfa-linoleico e de fitoquímicos, especialmente na película exterior, que, juntamente como a fibra e minerais como o cálcio, magnésio e potássio poderão contribuir para esse efeito saudável”.
Estudos anteriores haviam já demonstrado os efeitos benéficos do consumo de nozes, como a melhor fonte de antioxidantes, com o dobro do que contêm os outros frutos secos de casca rija. Um outro estudo revelou que quem consome frutos secos de casca rija tende a possuir um IMC mais baixo e uma cintura mais estreita e a ser mais ativo fisicamente, em comparação com quem não consome estes frutos.
Os autores do estudo sugerem que se substitua uma das cinco porções recomendadas de fruta e legumes diários por uma porção de frutos secos de casca rija diária. Esta parece ser uma forma prática e simples de introduzir estes alimentos ricos na nossa dieta.