Um estudo
conduzido por investigadores norte-americanos concluiu que o consumo de
carne vermelha e processada aumenta o risco de cancro colorretal em
pessoas com uma variante genética comum.
Denominada
rs4143094, esta variante genética afeta uma em cada três pessoas,
conduzindo ao aumento significativo o risco daquela doença oncológica
com o consumo de carne vermelha e processada. Esta conclusão foi
retirada de um estudo que contou com a participação de um grupo de 9.287
pacientes com cancro colorretal e de um grupo de controlo com 9.117
pessoas saudáveis.
Os investigadores
analisaram 2,7 milhões de sequências genéticas para determinar se havia
uma ligação entre o consumo da carne vermelha e processada e o cancro
colorretal.
Segundo os
investigadores, esta variante genética está localizada na mesma região
do cromossoma 10 que possui um gene para o fator de transcrição
denominado GATA3, o qual já foi várias vezes associado a muitas formas
de cancro. A equipa afirma que o fator de transcrição codificado por
este gene normalmente desempenha um papel no sistema imunitário.
A equipa explica
que quando o organismo digere carne vermelha ou processada, poderá
desencadear uma resposta imunológica ou inflamatória. Se a região do
gene GATA3 consistir numa variante genética, poderá codificar um fator
de transcrição desregulador, tornando difícil superar a resposta.
No entanto, quem
não tem esta variante genética deve também evitar o consumo de enormes
quantidades de carne vermelha ou processada, já que existem riscos para a
saúde com o consumo de carne vermelha. Estudos anteriores demonstraram
que este tipo de carne aumenta o risco da ocorrência da doença de
Alzheimer e da diabetes de tipo 2.
Jane Figuerido,
da docente assistente de medicina preventiva da Keck School of Medicine
na Universidade de Southern California, EUA, considera que esta
descoberta é importante porque poderá conduzir a melhores estratégias
preventivas do cancro colorretal.
“O cancro
colorretal é uma doença fortemente influenciada por certos tipos de
dieta, Estamos a demonstrar os princípios subjacentes a essas
correlações, e percebemos se variações genéticas tornam algumas pessoas
mais ou menos suscetíveis a certos carcinogéneos na alimentação, que
poderão ter implicações futuras importantes na prevenção e na saúde da
população”.
2013-10-30
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