terça-feira, 20 de agosto de 2013

Olhos: uma janela do risco de AVC

As imagens da retina podem ajudar a identificar indivíduos com pressão arterial elevada que apresentam um maior risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), dá conta um estudo publicado na revista “Hypertension”.
A hipertensão é, a nível mundial, o mais importante fator de risco do AVC. Contudo, ainda não é possível prever quais os indivíduos com hipertensão que irão desenvolver um AVC.
Neste estudo, os investigadores da National University of Singapore, em Singapura, acompanharam ao longo de 13 anos 2.907 indivíduos com hipertensão que nunca tinham sofrido um AVC. No início do estudo, foi fotografada a retina de cada paciente. Os danos presentes nos vasos sanguíneos da retina e evidentes nas fotografias atribuídos à hipertensão, denominada retinopatia hipertensiva, foram avaliadas como ausentes, leves, moderados ou severos
Ao longo do curso do estudo, 146 indivíduos sofreram um AVC causado por um coágulo sanguíneo e 15 por hemorragia cerebral. Posteriormente os investigadores ajustaram os vários fatores de risco de AVC, como idade, sexo, raça, níveis de colesterol, níveis de glucose no sangue, índice de massa corporal, tabagismo e valores de pressão arterial.
Após terem tido todos estes fatores em conta, os investigadores verificaram que os pacientes com retinopatia hipertensiva moderada aparentavam um risco 35% maior de sofrerem um AVC, enquanto aqueles com retinopatia hipertensiva moderada a severa tinham um risco 137% mais elevado.
O estudo apurou que mesmo os pacientes que estavam a fazer medicação e a controlar os níveis de pressão arterial, o risco de formação de coágulos era 96% maior para aqueles com retinopatia hipertensiva e 198% para os com retinopatia hipertensiva moderada a severa.
“Apesar de ser ainda precoce recomendar alterações na prática clínica, os resultados deste estudo sugerem que a retina fornece dados sobre o estado dos vasos sanguíneos cerebrais e que a imagem da retina é uma forma não invasiva e pouco dispendiosa de analisar os vasos sanguíneos”, revelou, em comunicado d imprensa, o líder do estudo, Mohammad Kamran Ikram.
2013-08-16
Estudo publicado na revista “Nature Medicine”

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