Uma
equipa internacional de investigadores demonstrou que um novo fármaco
que tem por base o resveratrol, composto encontrado no vinho tinto e
frutos secos de casca rija, pode ser utilizado no tratamento da
fibrilação atrial, revela um estudo publicado no “British Journal of
Pharmacology”.
Atualmente
existem poucos fármacos no mercado que ajudem a tratar eficazmente a
fibrilação atrial, um problema comum do ritmo cardíaco que aumenta em
cinco vezes o risco de acidente vascular cerebral, assim como
insuficiência cardíaca e morte.
Adicionalmente,
os fármacos que existem apresentam vários efeitos secundários graves.
Uma vez que o resveratrol é um composto natural, os investigadores
esperam que o novo fármaco seja melhor tolerado pelo organismo.
Na
verdade há muito que os efeitos cardioprotetores do resveratrol são
conhecidos. Alguns estudos anteriores sugeriam que este composto parece
prevenir algumas doenças do ritmo cardíaco, diminuir a pressão arterial e
reduzir o aumento do músculo cardíaco.
Neste
estudo a equipa de investigadores, liderada pelos cientista da
Universidade de Alberta, nos EUA, observaram que os novos fármacos
baseados no resveratrol e que foram testados num ambiente laboratorial
ajudaram a regular a atividade elétrica do músculo cardíaco. Esta
regulação foi conseguida pela inibição das correntes elétricas
irregulares e pela redução do tamanho dos episódios de ritmo cardíaco
anormal.
Estes
novos fármacos têm por alvo múltiplas atividades na célula, enquanto os
medicamentos atuais para os problemas do ritmo cardíaco têm apenas uma
ou duas áreas específicas como alvo.
Atualmente,
os investigadores estão a melhorar o fármaco em cooperação com os
investigadores do Centre for Drug Research and Development. “Estamos na
fase seguinte do desenvolvimento de um novo medicamento oral para
pacientes com fibrilação atrial que poderá ser tomado diariamente para
impedir a ocorrência desta condição. Estamos a melhorar a solubilidade,
absorção, o modo como é metabolizado e o tempo que permanece em
circulação”, referiu, em comunicado de imprensa, o líder do estudo,
Peter Light. O investigador espera que os ensaios clínicos com a nova
versão do fármaco tenham início nos próximos três a cinco anos.
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