terça-feira, 15 de outubro de 2013

Fibrilação atrial e resveratrol - caminho de um novo fármaco

Uma equipa internacional de investigadores demonstrou que um novo fármaco que tem por base o resveratrol, composto encontrado no vinho tinto e frutos secos de casca rija, pode ser utilizado no tratamento da fibrilação atrial, revela um estudo publicado no “British Journal of Pharmacology”.
Atualmente existem poucos fármacos no mercado que ajudem a tratar eficazmente a fibrilação atrial, um problema comum do ritmo cardíaco que aumenta em cinco vezes o risco de acidente vascular cerebral, assim como insuficiência cardíaca e morte.
Adicionalmente, os fármacos que existem apresentam vários efeitos secundários graves. Uma vez que o resveratrol é um composto natural, os investigadores esperam que o novo fármaco seja melhor tolerado pelo organismo.
Na verdade há muito que os efeitos cardioprotetores do resveratrol são conhecidos. Alguns estudos anteriores sugeriam que este composto parece prevenir algumas doenças do ritmo cardíaco, diminuir a pressão arterial e reduzir o aumento do músculo cardíaco.
Neste estudo a equipa de investigadores, liderada pelos cientista da Universidade de Alberta, nos EUA, observaram que os novos fármacos baseados no resveratrol e que foram testados num ambiente laboratorial ajudaram a regular a atividade elétrica do músculo cardíaco. Esta regulação foi conseguida pela inibição das correntes elétricas irregulares e pela redução do tamanho dos episódios de ritmo cardíaco anormal.
Estes novos fármacos têm por alvo múltiplas atividades na célula, enquanto os medicamentos atuais para os problemas do ritmo cardíaco têm apenas uma ou duas áreas específicas como alvo.
Atualmente, os investigadores estão a melhorar o fármaco em cooperação com os investigadores do Centre for Drug Research and Development. “Estamos na fase seguinte do desenvolvimento de um novo medicamento oral para pacientes com fibrilação atrial que poderá ser tomado diariamente para impedir a ocorrência desta condição. Estamos a melhorar a solubilidade, absorção, o modo como é metabolizado e o tempo que permanece em circulação”, referiu, em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Peter Light. O investigador espera que os ensaios clínicos com a nova versão do fármaco tenham início nos próximos três a cinco anos.

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